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ADWIUSLEY


NOME: Adwiusley Diogo Alves de Freitas
GRADUAÇÃO: Cursando 4° ano de Geografia, Universidade Estadual de Goiás, UNU-Minaçu.
PROFISSÃO: Funcionário público, concursado pela Câmara de Vereadores de Minaçu, no cargo de assistente legislativo.





A identidade rural do povoado de santo Antonio de cana brava
           
Com o objetivo de identificar as práticas do rural visitamos o povoado de Santo Antonio de Cana Brava (Filó), onde se centra a pesquisa para esse trabalho, que se localiza na zona rural do município de Minaçu. O povoado tem por volta de 600 moradores, e como infra-estrutura conta com asfalto, água tratada, eletricidade, escola e posto de saúde, entre outras como o comercio local, ele é composto por várias moradias simples, e cercado por pequenas propriedades rurais, que vivem em uma espécie de campesinato.
Ao analisar o povoado observamos os confrontos com as práticas e modo de vida rural que ainda existem nas sociedades atuais, por exemplo, em algumas propriedades muitas influências de modernidades do meio urbano contrastando com a cultura camponesa, como criação de animais, plantio de algumas culturas em residências que já desfrutam de certa urbanização, etc.
Contudo observa se que essas práticas vêm perdendo o caráter cultural e dando lugar à produção como meio de subsistência para o comércio e acumulação de renda como é o caso da pecuária que substituiu em larga escala o plantio de grãos e deu lugar a grandes campos de pastagens.
Essa mudança se explica pela incapacidade de concorrência dos produtos da produção camponesa, com os da produção capitalista, por não terem o apoio do capital para poderem contar com a assistência necessária para produzir em massa, e cada vez mais como acontece nas propriedades rurais em que a produção serve para o acumulo de capital.
Com isso o camponês se vê obrigado a deixar o campo e comprar ou alugar uma pequena casa em áreas de uma urbanização pequena, seja em povoados, seja em regiões periféricas, às vezes muito precárias. E vender sua força de trabalho, para médios e grandes produtores rurais, que geralmente empreitam serviços braçais pesados, e pagam por diárias. Essa é uma realidade muito comum no “Filó”.
Segundo o morador do “Filó” o Sr. Raimundo Nonato, a região no passado já foi uma grande produtora agrícola produzindo grãos, como arroz e milho. E a cultura de arroz se destacava por sua alta produção que era vendida para o município e até para fora, ele mostrou um terreno onde antes existia um galpão em que se secava o arroz produzido ali, segundo ele hoje só a produção do milho ainda resiste, más só em pequena escala. Hoje o que fortalece a economia do local é a criação de gado, que tomou conta das terras de toda a região.
Entrevistando proprietário de um Sítio no entorno do povoado, confirmamos essa situação, sua terra a qual pertenceu ao seu pai, e por isso está há muito tempo em sua posse e que já foi bem aproveitado para a produção de feijão. Ele disse que seu pai há muito tempo chegou a produzir junto a seus vizinhos caminhões de feijão, más hoje praticamente toda a sua terra que conta com 20 alqueires, se dedica a criação de gado, ou seja, só existe pasto. E a terra já começa a mostra sinais de desgastes, como erosões como também as de seus vizinhos, a qual em um deles segundo o entrevistado já existe uma grande erosão em suas terras.
Para o morador o maior empecilho que compromete a produção rural é a falta de assistência com qualificação, aos pequenos produtores, ele disse que antigamente, bastava desmatar o terreno, para que a terra produzisse muito bem por até cinco anos seguidos, más hoje sua terra esta improdutiva, e sem um tratamento com adubos, aragem e outras técnicas, a produção agrícola é totalmente inviável, porque exige um grande capital financeiro, quanto a criação de gado, é mais barata e o lucro é mais fácil de alcançar. Por tanto sem um apoio ele acha improvável que algum produtor rural deixe a criação de gado pela a agricultura.
A principal forma de apoio aos pequenos produtores da região é a feira do produtor que acontece na cede do município de Minaçu, onde uma associação de pequenos produtores rurais leva seus produtos para serem vendidos, essa feira acontece semanalmente e conta com produtos típicos de pequenas propriedades rurais como mandioca, frutas, hortaliças e outros.
                A cultura rural nessas pequenas propriedades pode ser notada pela a existência de criação de animais e de cultivo de alimentos para sua própria subsistência, como a criação de porcos e galinhas, e o cultivo de arvores frutíferas como carambola, manga e outras. Presenciamos outra manifestação de cunho rural, que já foi muito utilizado em tempos passados, uma pequena comitiva formada por boiadeiros tocando uma boiada pelo asfalto, que liga o município de Minaçu ao povoado de Santo Antonio de Cana Brava.
O comércio local serve aos moradores do povoado e aos moradores das propriedades do entorno, e até mais distantes, que preferem ir até lá a ir à cidade. Um comerciante dono de mercado disse que as vendas são feitas a prazo para aqueles que têm alguma renda mensal, como os aposentados que são muitos no povoado, mas o que mais acontece são as vendas com pagamento a vista, porque os trabalhadores, rurais que lá moram e trabalham nas propriedades rurais da região geralmente recebem pela a diária, e por isso não podem firmar compromissos em longo prazo. Outra coisa que ele disse é que todas as mercadorias que ele compra vem da cidade, mas que já comprou farinha de mandioca produzida na região, e parou de comprar por falta da documentação necessária que o produtor deve apresentar e que são difíceis de obter.     
O contexto social do povoado é uma mostra da contradição que é o rural brasileiro, onde o camponês se ver expulso do campo pelo o capital, o pequeno produtor incapaz de competir com o grande produtor, e mesmo que lentamente, a modernidade chegando ao campo, esmagando a cultura do rural e implantando a cultura do urbano. O que parece ser a próxima etapa a ser percorrida pelo “filó”.